Banda independente do mês: Monstro Horrível.

Por Linoleum Crew
10/06/2015
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Neste mês trazemos até você o trabalho da banda Monstro Horrível. Este projeto independente de São Paulo é conduzido por dois amigos, que dentro de um universo vasto de influências, produzem música experimental de primeira qualidade misturando elementos digitais e analógicos.

Embora se conheçam e toquem juntos há algum tempo, o primeiro lançamento do Monstro Horrível aconteceu somente em fevereiro deste ano e se chama Sub. São quatro faixas que experimentam diversas sonoridades, ruídos e timbres. Em maio lançaram o single Night Diving. Escutar o som dos caras é entrar em uma viagem e se desligar. Permita-se escutar preferencialmente em fones de boa qualidade!

Trocamos uma idéia com Igor Morales e Vitor Salerno, as cabeças por trás do projeto. Eles nos contaram um pouco mais sobre como se relacionam com a música, com o processo criativo e com o público. Confiram abaixo!

A gente tem ouvido o Monstro Horrível desde o lançamento e fica nítido que várias escolas se encontram no som que vocês fazem. Conta um pouco pra gente quais influências vocês levam pra este projeto.
Poderíamos dar voltas e mais voltas sobre esse assunto. Entenda como quiser: Fugazi

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Como é fazer música neste formato que mistura elementos eletrônicos com instrumentos? Emboram sejam uma dupla, há colaboração de outros músicos? Vocês recebem outras pessoas no palco durante os shows?
Este formato, na verdade, começou há alguns anos atrás. Compúnhamos muito, estávamos conhecendo essa relação homem vs máquina. No começo, sem alguma experiência e completo distanciamento da música eletrônica, não entendemos o formato e não conseguimos colocá-lo em prática.

O Monstro Horrível, em consequência disso, se tornou uma “banda convencional”; com bateria, baixo e guitarras. Logo após do formato banda, voltamos ao antigo formato, porém com maior proximidade da música eletrônica e seus infinitos recursos. Daí em diante o Monstro começou a se desenvolver, o que resultou na nossa primeira demo, chamada Sub. Nela há releituras de composições antigas, vindas dos diversos formatos que o Monstro já teve. Um dos nossos maiores desafios é quebrar dentro de nós mesmos esse conceito de orgânico e eletrônico. A síntese e o mecânico devem conversar sem limites, para isso devemos nos abrir a todas as possibilidades.

Ainda não tivemos a chance real de dedicar tempo em colaborações. A única coisa parecida que fizemos foi uma sessão improvisada com a banda Diskotiki, fizemos um tipo de transição entre nossas performances. Sempre é muito prazeroso poder trocar com outros músicos.

Estamos em busca de novos formatos, quem sabe uma colaboração mútua não seja uma boa ideia.

Nosso espaço é voltado para quem faz música independente. Como vocês dançam a música para conseguir produzir, divulgar e sair tocando? As coisas estão mais fáceis hoje em dia?
Primeiramente, não podemos dizer se as coisas estão mais fáceis nos dias de hoje, lançamos nossa primeira demo recentemente.

Assim como vocês da Linoleum, acreditamos muito no poder da cultura independente e tudo que gira em torno disso. Por isso, temos contado com ajuda de todos os nossos amigos e o poder das mídias digitais – não almejamos quantidade com isso, mas ainda nos surpreende poder alcançar qualquer lugar/pessoa do mundo em tempo real. Por exemplo, tivemos acessos em nosso site de lugares como a Rússia, dias antes de divulgar o mesmo. A internet é maravilhosa!

Sobre produzir e compor, esse processo é natural. Acontece durante nossos ensaios e preparos dos concertos. Uma das principais metas é manter o improviso como principal característica de todo esse processo. De uma dessas sessões saiu Night Diving, música que lançamos nos últimos dias. A primeira experiência real concretizada como Monstro Horrível dentro do formato em duas pessoas.

Realizar as performances ao vivo é um processo contínuo. A vontade das pessoas que nos cercam é sempre maior que a nossa própria vontade de tocar, o que é surreal. Por isso, mesmo com um pequeno volume, a sinergia é tremenda. Essa vontade é contagiante e é o que nos fortalece para continuarmos a construir relações como essas.

A energia da cidade em que vivemos é o que nos move, às vezes até nos distancia, mas molda nossa música e todas as nossas interações.

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Sempre abrimos um espaço para bandas novas falarem sobre bandas novas. O que vocês tem escutado e gostariam de indicar para nossos leitores?
São tantas bandas e coisas acontecendo ao nosso redor, que realmente é complicado se manter conectado com integridade em todas as novidades. Isso é resultado desse enorme fluxo de informação que circula pelas mídias digitais. A atenção está sendo distraída a todo momento. Mas o poder de se conectar ainda é maior que tudo isso, acreditamos na força de nos unirmos. Contracultura é a melhor opção.

O Feliz Amor do Felino Ferido é uma das bandas que podemos citar, sem a menor preocupação. Amigos e companheiros em toda essa trajetória.

Araruna é um projeto bem legal do camarada Thiago Duar, a sonoridade do álbum Primeiro Voo é muito bela. Realmente um excelente trabalho.

O Ordem Natural veio com muita força no disco de lançamento em 2015. Um disco de rap extremamente interessante e intrigante. Bons timbres, bons beats, boas letras e assim vai. Peso na vitrola!

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